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Cenário Econômico Nacional: dados recentes e projeções

11 Min leitura

O Brasil se depara frequentemente com situações que influenciam questões como inflação, taxa de juros, crescimento do PIB e políticas fiscais, seja positivamente ou negativamente.

Em 2025, o cenário econômico nacional deve enfrentar uma série de desafios — que também devem ser evidenciados globalmente. Um dos principais pontos de atenção são as taxas de juros, a dívida pública e o mercado de trabalho.

Por isso, a ideia deste artigo é trazer um panorama atualizado e uma análise das perspectivas econômicas para o país. Continue a leitura e atualize-se!

Contexto global e impactos no Brasil

O cenário econômico mundial continua exercendo grande influência no território nacional. Em 2024, as principais economias globais, como China e Estados Unidos, enfrentaram desafios relacionados à inflação, aumento de juros e incertezas geopolíticas.

China

Ainda que tenha atingido a meta de crescimento de 5% estipulada para 2024, a China, 2ª maior economia do mundo e principal parceira comercial do Brasil, cresceu lentamente durante 2024 em relação às últimas décadas.

Esse crescimento lento, ocasionado especialmente pela crise imobiliária que assola o país, afetou o campo dos investimentos estrangeiros diretos, no qual o volume de recursos diminuiu.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês atinja 4,6% em 2025, conforme o estudo World Economic Outlook. A tendência, pensando no longo prazo, é que as taxas de crescimento da China sigam caindo, ainda que a contribuição à economia global continue sendo notória.

No Brasil, os efeitos poderão ser sentidos em setores como o de eletricidade e automotivo. Quanto aos preços, será possível notar alterações em produtos como aço, que ao ser exportado em excesso para o nosso país, também impacta negativamente as siderúrgicas brasileiras.

Imagem de prédios sendo construídos, inacabados, com uma bandeira da China à frente, representando a crise imobiliária que o país enfrenta.
A China enfrenta crise imobiliária que afetou o campo dos investimentos estrangeiros diretos.

Os setores brasileiros devem absorver esses efeitos à sua própria maneira, inclusive as exportações brasileiras de commodities, como petróleo, minério e soja. Por outro lado, há uma tendência de que haja um aumento de consumo de carne por parte dos chineses, o que é bom para o nosso país, que é exportador de carne bovina e suína.

Já projetos a longo prazo, ao que tudo indica, não devem ser impactados pelos dados do PIB Chinês de um ano para outro. Os efeitos tendem a ser curtos e de médio prazo.

Para 2025, as lideranças chinesas se comprometeram com políticas fiscais e monetárias mais ousadas, que devem ser firmadas na sessão legislativa anual, que ocorre em março. Metas de crescimento e pacote de estímulos devem ser anunciados para neutralizar o impacto das incertezas externas.

Estados Unidos

O mercado americano, por sua vez, segue com políticas monetárias mais contidas, o que impacta as condições de crédito e financiamento internacional, especialmente por conta da volatilidade das taxas de juros, mas a atividade econômica segue firme.

Contudo, uma preocupação persistente tem sido notada: a inflação. Ainda que os consumidores tenham gasto de forma estável (os gastos dos americanos representam cerca de 70% da economia dos EUA), as empresas têm relatado e notado um aumento na sensibilidade dos consumidores em relação aos valores dos produtos.

Em matéria publicada na Veja Negócios, Luana Zanobia explica que “esse comportamento reflete um cenário inflacionário que, embora mais moderado em comparação aos picos anteriores, ainda persiste, criando um pano de fundo de incertezas econômicas”.

Já o mercado de trabalho, considerado um dos termômetros mais relevantes da economia estadunidense, foi regido por estabilidade. Poucas empresas aumentaram suas equipes; a rotatividade de trabalhadores permaneceu baixa; e o crescimento salarial desacelerou para níveis modestos.

Isso porque, voltar rapidamente às tendências anteriores nos preços dos serviços e os salários reais, como durante a pré-pandemia, ocasionaria uma alta na inflação.

Também houve queda no preço de certas matérias-primas e outros custos não trabalhistas, como energia, mas não o suficiente para aliviar a inflação.

Tal cenário afeta os custos elevados e as margens de lucro das empresas, que se deparam com dificuldades para repassar esses aumentos aos consumidores.

O PIB dos EUA cresceu 2,3% no 4° trimestre de 2024, ficando abaixo das expectativas, segundo a FactSet. Ao passo que a economia, comparando o quarto trimestre de 2024 com o mesmo período em 2025, cresceu 2,5%.

Imagem de uma nota de dólar, representando os Estados Unidos, e um aparelho celular com a tela aberta na página do GDP, o Gross Domestic Produt, o PIB estadunidense.
PIB dos EUA cresceu 2,3% no 4° trimestre de 2024, mas ficou abaixo das expectativas.

Em 2025, com o anúncio recente de tarifas de importação para o México, Canadá e China, um efeito no núcleo de inflação dos Estados Unidos deve levar o país norte-americano ainda mais para longe da meta de contenção. Consequentemente, ficará mais difícil para o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) cortar juros.

Em 2024, o Brasil vendeu mais de US$ 40 bi aos norte-americanos. Por aqui, os reflexos dessa nova política podem ocasionar restrições na exportação de produtos, especialmente os oriundos de transformação (produtos de ferro e aço), assim como equipamentos e partes de aeronaves, além de celulose, aumentando as tarifas no país e levando a um choque dos preços domésticos.

Cenário Econômico Nacional: dados atuais da economia brasileira

No Brasil, se as duas maiores potências econômicas do mundo, Estados Unidos e China, possuem influência, o nosso país também precisa lidar com os próprios dilemas internos.

Dados da inflação brasileira

Em uma análise de projeções de inflação, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou que, nos últimos meses, o ambiente inflacionário brasileiro se tornou menos favorável, combinando aceleração dos índices de preços e retomada das medidas do núcleo de inflação. Houve um acúmulo de 4,9% durante os 12 meses de 2024.

“Além de um desempenho mais forte da economia – e seus impactos sobre o aumento da massa salarial –, a desvalorização cambial de aproximadamente 7%, entre agosto e novembro, e a forte alta dos alimentos, sobretudo das proteínas animais, explicam boa parte desta alta de preços. Desta forma, a inflação brasileira, medida por dados do IPCA, acumulou alta de 4,9% em doze meses, refletindo os reajustes de 8,4% dos alimentos no domicílio, 5,2% dos bens e serviços administrados e 4,7% dos serviços livres”, de acordo com o IPEA.

Considerando esse contexto, aliado à estimativa de um desempenho menos robusto do nível de atividade em 2025, juntamente com uma expectativa de melhora no comportamento do câmbio e com o aumento de aproximadamente 6,0% da safra brasileira de grãos, o atual cenário de inflação aponta que o processo desinflacionário da economia brasileira será um tanto quanto mais lento do que o projetado anteriormente. 

Ainda conforme a carta de conjuntura, “para 2025, as estimativas atuais do Ipea para o IPCA apontam uma alta de 4,4%, ante 3,9% estimada em setembro, refletindo uma inflação de 5,6% para os alimentos no domicílio, 2,7% para os bens industriais, 5,1% para os serviços livres e 4,1% para os preços administrados. Já para o INPC, a variação estimada é de 4,2%, impactada pelas altas de 5,4% dos alimentos, 2,5% dos bens industriais, 4,9% dos serviços livres e 4,2% dos preços administrados”.

A ocorrência de fatores ao longo do ano podem impactar positiva ou negativamente as trajetórias de inflação estimadas. 

Será necessário considerar a piora no cenário inflacionário associada aos conflitos no Oriente Médio e seus efeitos sobre as cotações de petróleo no mercado externo, assim como “as novas desvalorizações cambiais originadas tanto da piora do ambiente doméstico quanto da adoção de uma política monetária mais restritiva nos Estados Unidos”.

Por outro lado, segundo o relatório, “um aumento ainda mais forte da produção de grãos, associado a uma melhora no comportamento das carnes, traria um alívio adicional à inflação de alimentos”.

Uma melhora no nível de confiança dos agentes econômicos na condução das políticas monetária e fiscal também pode resultar em efeitos positivos sobre o câmbio e, consequentemente, sobre a inflação.

O que é inflação?

Inflação é o nome dado ao aumento dos preços de produtos e serviços, sendo calculada a partir de índices de preços, os chamados índices de inflação, sendo que os dois mais importantes são o IPCA e o INPC, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

IPCA

Corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Engloba uma parcela maior da população, e aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos. É utilizado como índice oficial de inflação no Brasil pelo Governo Federal.

INPC

Refere-se ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Verifica a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos apenas.

Taxa de Juros e Política Monetária

Conforme o Banco Central do Brasil (BC), “a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia”, sendo responsável por influenciar diversas outras taxas de juros do país, como taxas de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. 

Portanto, ela é considerada o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação.

Em 2023, a taxa selic encerrou em 12,75%. Já durante os meses de 2024, ocorreram várias alterações na Selic, com diversas quedas ao longo do ano. No entanto, em setembro de 2024, houve o primeiro aumento, desde agosto de 2022, elevando a taxa de 10,50% para 10,75% ao ano. Atualmente (fevereiro de 2025), a taxa selic está em 13,25%. O movimento futuro dependerá das condições econômicas globais e dos dados inflacionários internos.

Entenda no gráfico abaixo os efeitos da Taxa Selic quando sobe e quando cai.

Infográfico explicando os efeitos da Taxa Selic, o que acontece quando sobe e quando cai.
Infográfico explicando os efeitos da Taxa Selic. Fonte: Reprodução/Banco Central.

Crescimento do PIB: perspectivas

Dados do boletim Focus do BC divulgados em fevereiro de 2025, apontam que a mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 está estável em 2,06%. 

A expectativa é que o crescimento em 2025 atinja 3,5%, sendo impulsionado, especialmente, pelo setor de serviços — um dos principais motores de crescimento da economia, com alta prevista de 2,4% para 2025, conforme o IPEA.

Ao passo que a estimativa intermediária para 2026 permanece em 1,72%. Já para 2027, segue em 1,96%. Para 2028, segue estável há mais de 48 semanas em 2%.

No terceiro trimestre de 2024, de acordo com o IPEA, o PIB avançou 0,9%, na comparação com o período anterior, e 4% na comparação interanual, conforme o IBGE.

Ao total, foram R$ 3 trilhões, sendo R$ 2,6 trilhões referentes ao valor adicionado (VA) a preços básicos, e R$ 414 bilhões aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.

Desafios fiscais e políticas públicas

O setor público consolidado apresentou um déficit primário de R$47,6 bilhões em 2024, equivalente a 0,40% do PIB, uma melhora significativa em relação ao déficit de R$249,1 bilhões (2,28% do PIB) registrado em 2023.

Em dezembro de 2024, o setor público consolidado registrou um superávit primário de R$15,7 bilhões, contrastando com o déficit de R$129,6 bilhões observado no mesmo mês de 2023.

No mesmo período, o Governo Central e as empresas estatais tiveram superávits de R$26,7 bilhões e R$1,0 bilhão, respectivamente, enquanto os governos regionais apresentaram um déficit de R$12,0 bilhões.

Os juros nominais do setor público consolidado, calculados pelo critério de competência, totalizaram R$950,4 bilhões em 2024 (8,05% do PIB), um aumento em relação aos R$718,3 bilhões (6,56% do PIB) registrados em 2023. 

O resultado nominal do setor público consolidado, que considera o saldo primário e os juros nominais, foi deficitário em R$998,0 bilhões (8,45% do PIB) em 2024, frente ao déficit de R$967,4 bilhões (8,84% do PIB) registrado no ano anterior. Em dezembro, o déficit nominal foi de R$80,4 bilhões, significativamente menor que os R$193,4 bilhões do mesmo mês de 2023.

A melhora de 0,39 ponto percentual do PIB no resultado nominal em 2024 foi impulsionada pela recuperação do saldo primário. No entanto, os juros nominais continuaram em trajetória ascendente pelo quarto ano consecutivo, atingindo 8,05% do PIB, o maior nível desde 2015 (8,37% do PIB).

Em 2024, as contas do governo registram déficit de R$ 43 bilhões em 2024, mas a meta fiscal foi cumprida. 

Na comparação com 2023, houve uma queda de 81% no resultado negativo. Da soma, foram excluídos gastos com as enchentes no Rio Grande do Sul, os incêndios no Pantanal e na Amazônia e valores destinados ao Judiciário e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ao passo que o déficit primário foi de R$ 11 bi — o equivalente a 0,09% do PIB.

Em comparação com 2023, quando foi registrado um déficit total de R$ 228,5 bilhões, houve uma queda de 81% no resultado negativo.

O desempenho das contas públicas em 2024 também foi o melhor desde 2022, quando foi registrado um superávit de R$ 54 bilhões.

Essa leve melhora relaciona-se com a arrecadação — que somou R$ 2,65 trilhões, o melhor valor da série histórica, iniciada em 1995.

De acordo com a matéria publicada no G1, “as receitas foram influenciadas pelo bom comportamento da economia e por ações de aumento de impostos. Mas também houve uma limitação de gastos por conta do arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas aprovada em 2023”.

A norma estabelece que o crescimento real (acima da inflação) das despesas não pode estar acima de  2,5% a cada ano. Por conta disso, em 2024, a área econômica bloqueou R$ 17,6 bilhões em gastos no ano passado nas áreas de saúde, educação, cidades, entre outras.

Além disso, mesmo com o déficit de R$ 43 bilhões em 2024, a meta fiscal do ano passado é considerada atingida. Embora o objetivo inicial fosse zerar as contas públicas no período, 

Isso ocorre porque, pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode apresentar um déficit que represente até 0,25% do PIB. Esse percentual de tolerância equivale a R$ 28,8 bilhões.

Considerando os créditos extraordinários que foram excluídos do cálculo da meta fiscal, pode-se considerar que o déficit primário somou R$ 11,03 bilhões — o equivalente a 0,09% do PIB, ficando dentro do limite de tolerância definido (até 0,25%).

Contudo, apesar da redução do déficit fiscal, há entre os analistas de mercado o argumento de que inconsistências no orçamento, assim como autorizações para gastos fora da meta fiscal, podem interferir no controle da dívida pública.

A solução seria um superávit primário acima das despesas, sem contar juros, da ordem de 2,5% a 3% do PIB — o que aparenta estar muito distante.

A dívida pública também continua sendo uma variável importante. Em dezembro de 2024, a dívida bruta do governo geral (DBGG) foi de 76,1% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.

LDO 2025

O Congresso aprovou em dezembro a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, que estabelece os orçamentos deste ano. Dentre os pontos mais importantes, está a previsão de que a meta para as contas públicas atinja um déficit ou superávit zero — promovendo equilíbrio entre os gastos e a arrecadação. Contudo, há uma margem de tolerância de R$ 30,97 bilhões.

Oportunidades e riscos para o mercado

Apesar das incertezas, o Brasil continua sendo um mercado atraente para investimentos, especialmente em áreas como tecnologia, agronegócio, infraestrutura e energia renovável

O crescimento do mercado de fintechs e startups também oferece boas oportunidades, mesmo em um cenário econômico desafiador.

Por outro lado, os riscos externos, como uma recessão global ou novos choques de preços de commodities, podem impactar negativamente o crescimento do país. Além disso, as eleições de 2026 já começam a movimentar o cenário político, podendo gerar volatilidade nos mercados financeiros.

Imagem de soja representando as commodities brasileiras.
Fatores econômicos internos e externos podem influenciar no valor das commodities. 

Como navegar no cenário econômico de 2025?

Diante de um cenário econômico dinâmico e repleto de desafios, o Brasil segue buscando equilíbrio entre crescimento, controle inflacionário e sustentabilidade fiscal.

As influências externas, como a desaceleração da China e as políticas econômicas dos Estados Unidos, somam-se aos desafios internos, exigindo políticas estratégicas e uma gestão eficiente dos recursos. 

Ainda assim, o país mantém potencial para investimentos e desenvolvimento, especialmente em setores-chave como tecnologia, agronegócio e infraestrutura. 

Para empresas e investidores, a adaptação a esse contexto será essencial para identificar oportunidades e mitigar riscos, garantindo maior previsibilidade e crescimento sustentável no longo prazo.

Diversificar investimentos, manter uma gestão eficiente de custos e acompanhar de perto as mudanças nas políticas públicas serão estratégias essenciais para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que o cenário econômico brasileiro de 2025 deve oferecer.

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